DEPRESSÃO: A DOENÇA DA MATERIALIDADE

DEPRESSÃO: A DOENÇA DA MATERIALIDADE

- Autoria do escritor Leandro Soares (25/02/2019).
- Os artigos publicados por colaboradores não necessariamente traduzem a opinião do Grupo Troféu, cabendo aqui o propósito único de estimular a parceria da associação com os seus associados.

DEPRESSÃO: A DOENÇA DA MATERIALIDADE

Há pouco mais de uma semana, o Brasil perdeu um dos jornalistas mais eminentes que já teve: Ricardo Boechat. Uma das curiosidades de sua vida que me chamou a atenção foi o fato de ter depressão. Articulista hábil na oratória improvisada que desempenhava com desenvoltura sua profissão, como poderia ser portador de depressão?

Graças ao tratamento médico-psiquiátrico, conseguiu melhorar os efeitos da depressão. Sabe-se que são várias as causas que acarretam a depressão. Chegam a chama-la de o mal do século. Também poderia chamar de a doença da materialidade, que é a falta de religare. Por sinal,  religare em latim significa religião.  De modo amplo, religare não pode ficar restrito somente à prática de algum credo religioso. O religare a que me refiro é a espiritualidade, é a conexão do ser humano ao amor incondicional. É como me conecto comigo mesmo, com a natureza e com o Criador. Também é como um tempero de comida, ou seja, é a essência do viver, o que me motiva na vida como missão.

O ser humano pode muitas vezes ter dons e talentos descomunais,  mas por causa da sua materialidade e também por causa de eventuais perdas e excessos de conduta, gera um vazio interior inexplicável dentro de si mesmo. Esse tipo de materialidade é eivada de apatia, de pessimismo, de desesperança, tendo por pano de fundo o processo obsessivo. O ser humano fica mais sensível à psicosfera do mundo, o que traz sobrepeso à alma face às imperfeições do cotidiano. Além disso,  as desconformidades decorrentes de existências passadas que trazemos no íntimo e que não temos a clareza quanto à causa acarretam também o estado depressivo do ser. Sente-se no âmago a desistência e a falta de forças para prosseguir na vida. Muitas vezes é como ressaca após a tempestade. Tenta-se afugentar desse estado por meio do álcool e das drogas, mas depois do efeito,  tudo volta ao normal. Outros se apegam ao consumismo para esquecer o vazio. E inclusive há os que tentam o suicídio.

Quanto mais materialidade, menos espiritualidade, o que traz a companhia da depressão! Nada que é material preenche nem cura plenamente esse estado! Com certeza devemos procurar a ajuda médica,  mas é preciso que os familiares e os amigos que amam a pessoa em estado depressivo estejam presentes. Pode-se também procurar dentro da consciência, o que nos diviniza perante a espiritualidade, ou seja, o que preenche e completa o ser.

Muitas vezes é por meio da religião na comunicação com Deus que nos sentimos melhor aliado ao passe magnético no centro espírita, mas também é por meio do contato com a natureza,  por meio das artes e dos esportes e da meditação que ocorre a libertação de si mesmo. Ao ser acolhido pelos entes queridos e ao desempenhar tarefas que elevam a auto-estima, a pessoa se sentirá melhor e mais útil e aos poucos oferecerá também o melhor de si para o próximo. Desta forma, sente-se que novamente a chama da vida acende dentro de si mesmo, religando-se à espiritualidade, à origem e ao Criador. Isto é essencial para o espírito ter norte na vida e seguir a sua missão! É o que Jesus nos diz:

"Vós sois o sal da terra!"

Leandro Soares
25/02/2019