- Autoria do escritor Leandro Soares (03/03/2019).
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O CARNAVAL E AS NOSSAS MÁSCARAS
Ainda imperfeito, o ser humano ainda é obrigado a se submeter a direitos e obrigações, ou seja, leis, regras e convenções sociais. Durante a maior parte do ano muitos se comportam de acordo com o que a sociedade espera, trazendo ainda no íntimo vontades contrárias às convenções da sociedade. Nesse sentido, são máscaras que no decorrer do dia-a-dia escondem a identidade do indivíduo. Por trás das máscaras, ficam as sombras na forma de obsessores que ficam a espreita para que surjam oportunidades para a máscara cair.
Em momentos como o Carnaval, muitos enxergam a possibilidade de extravasar tudo aquilo que se sente no íntimo. É como se saísse do armário e mostrasse a própria identidade. São providenciadas fantasias e máscaras para garantir o anonimato, quando que a máscara da alma decai e se deforma porque é por meio da ilusão da folia que as desilusões são locupletadas. Afinal, nesse período pode-se ser o que quiser e fazer o que quiser. São momentos extravagantes em termos de sexualidade e de alcoolismo, o que pode desencadear como pólvora a violência desenfreada e os acidentes e desencarnes precoces. Esquece-se do respeito e dos bons costumes para com o próximo. É a falta de amor próprio que não pode ferir o direito do próximo.
Sabe-se que a consciência não desperta de uma vez só, mas é preciso que a família e a sociedade oriente as crianças e os jovens desde cedo de que é imprescindível o respeito consigo mesmo e também para com o próximo, já que enquanto estivermos de máscara, a evolução espiritual ainda não é possível. Lembro de uma fala de Divaldo Franco que diz que a maior revolução da humanidade será quando ocorrer a comunicação pelo pensamento e também quando enxergarmos o pensamento do próximo e vice-versa. É, pelo jeito ainda estamos longe dessa revolução... Por outro lado, em tempos de transição, as máscaras podem cair a qualquer momento!
Leandro Soares
03/03/2019