EU, CAÇADOR DE MIM

EU, CAÇADOR DE MIM

- Autoria do escritor Leandro Soares (12/12/2019).
- Os artigos publicados por colaboradores não necessariamente traduzem a opinião do Grupo Troféu, cabendo aqui o propósito único de estimular a parceria da associação com os seus associados.




Há muitos e muitos anos atrás, Jesus perguntava para o doutor das leis:

"- Saulo, Saulo, por que me persegues?" (Atos 9:4)

As perseguições sempre existiram na história da humanidade.

Os primeiros cristãos foram jogados nas arenas para serem devorados pelos leões.

São crucificações, fogueiras, guilhotinas e tantos outros métodos de execução que tentaram e tentam em vão levar os ensinamentos de Jesus que se fixaram e ecoaram nos milênios e continuam nos orientando na infinitude do tempo.

Tais perseguições externam o que é alimentado por dentro, ofertando a maldade ignóbil ao defender a ilusão das bandeiras politicas temporárias.

Acabam por deixar nódoas no interior de quem pratica iniquidades.

Afinal, "quem alimenta ódio, atira fogo ao próprio coração"¹.

Desdenha a perseguição empreendida o sobrepeso adquirido no chamado perispírito.

Além disso, tais atos acarretam como resultado a antipatia e a mágoa daqueles que não aprenderam a perdoar e foram atingidos por atos de perseguição e de execução.

A perseguição no mais tardar converte o perseguidor em perseguido, dada as dívidas contraídas e tantas sombras inoculadas no corpo espiritual.

É guerra que ninguém sai ganhando porque vivencia o embate das trevas contra a luz ao perseguir com paixão e ódio os inimigos e ao mesmo tempo, por vezes, os guardiões tentam frear tais impulsos por meio de conselhos salutares.

Muitas vezes, a luz é repelida e somente a escuridão é espalhada nos atos praticados no momento, respeitando o livre arbítrio de cada um.

Por isso que, mais cedo ou mais tarde, chega o momento em que é preciso o perdão e o auto perdão quanto às ofensas e tudo o que nos perturba no íntimo.

É preferível ser "eu, caçador de mim²" do que perseguir nessa estrada longa que até hoje viemos e temos de caminhar.

Não mais perseguindo, mas buscando o autoconhecimento na "caça do eu" ao "fugir das armadilhas da mata escura²" e dos calabouços internos que nos fizeram perder a visão nos tantos anos perdidos.

Ser feliz é o nosso destino e o futuro de qualquer um é esse.

Quem eu sou? Para onde eu vou? Eis a questão.

Sou alguém buscando entender e expurgar todas as sombras do passado.

"Assim, já não sou eu que vive, mas Cristo vive em mim³".

¹ frase do mentor espiritual André Luiz.

² menção a partes de versos da canção "Caçador de mim, de Sérgio Magrão e Sá.

³ Gálatas 2:20

Leandro Soares
(12/12/2019)

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